Cheguei em plena campanha eleitoral, em eleições nacionais e regionais. É, por isso, um tempo bastante animado, de esperança, promessas e festa:
. Esperança q.b., pois não sinto grande envolvimento ou até interesse por parte da população (têm opinião, que manifestam de forma bastante acesa, mas não conhecem as intenções dos candidatos; simpatizam com um em detrimento de outro, mas se este outro ganhar também está bem...).
. Não consegui aceder propriamente aos programas eleitorais, mas fala-se nas ruas - sobretudo no banco da má língua, como é conhecido o banco da praça central, onde as pessoas se juntam às mais variadas horas para apanhar boleia, proteger do sol ou observar o ritmo da cidade - em melhorar as estradas, as redes de acesso a água e energia. Infelizmente, nada sobre educação ou saúde, que tanto escasseiam por aqui... Certamente que essas preocupações existem, simplesmente não predominam na vida diária das pessoas.
. Festa à boa moda africana, porque tudo é motivo para música e dança. Comícios, visita às comunidades, carros de campanha anunciam as atividades pelos bairros por onde passam. A juventude alista-se para participar na festa, vestida a rigor, mostrando o seu ritmo, entretendo e desafiando todos à sua volta.
Na Região Autónoma do Príncipe há três candidatos, mas a disputa dá-se sobretudo entre dois: o atual líder - que termina o seu terceiro mandato consecutivo - e um grande empresário da ilha. O atual presidente termina o terceiro mandato, estando no poder há, portanto, 12 anos. O povo está contente com o seu trabalho, mas acredita que é tempo de mudar e passar o testemunho. Diz-se, no tal "banco da má língua", que se rodeou de mais interesseiras e menos interessantes pessoas, que se acomodam à sua posição.
Eu, sinceramente, torço (interesseira e secretamente) pela menor alteração possível, apenas e só por questões operacionais do meu projeto. Preciso reunir com as secretarias de Assuntos Sociais e Educação, pelo que qualquer alteração implicará o atraso no início das aulas do meu projeto. Seja o que tiver de ser, para e pelo Príncipe.
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